segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Bem dito

Seria o céu escuro
Algo falso, imaginário?
Talvez não
Talvez tenha sido tudo verdade

Aguaceiro barulhento

Balançou meu telhado
Mas foi chuva de bênçãos
E lavou fundo a alma

Bendito dia em que o encontrei

Suas palavras me acertaram em cheio
Vieram carregadas de amor
Quase abraçando

Posso então ver as nuvens indo

Para longe
Devagar
A luz agora, chega a doer os olhos.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Voa, Raimundo

Os olhos tão doces e fortes
Há muito não vejo se abrirem
Pintados de um cinza azulado
Ficaram guardados no espaço

A rua do mês primavera
E o cheiro do armário aberto
Me lembram agora você,
Meu velho amigo sincero

Me encho de tantas lembranças
Que os olhos já pingam saudade
Do tempo em que fui Baianinha
Da sua voz já bem baixinha

Sentado ali na varanda
O rádio assim alto, tocando
...
Vazios domingos fizeram
O tempo bonito correr.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Outubro

Eu peço que encontre aquilo que busca
Escondido num canto aí dentro
E me conte do tempo perdido
Com os olhos brilhantes de novo

E me fale de como é bonito

Ver a vida de um jeito mais simples
Sem o peso da inconsistência
Sem querer ser alguém que não é

E que os ventos do fim deste outubro
Consolidem as novas escolhas
Soprem luz e amor sem limites
Boa nova de tempos vindouros

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Para ele

Tão leve e quase inquebrável
Movimenta suave no baile dos dias
Maleável entre outros tão fortes
Ele é frágil em seu contorcionismo

Sabe rir e também sabe orar
Pra que a vida lhe bata bem menos
No silêncio que lhe acompanha
Traz barulho em seus pensamentos

Diz a si mesmo que fique tranquilo
Tanta dor já lhe fez mais maduro
Embrulhadas na mente saudosa
Traz lembranças de um sono profundo

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Dança das fitas

Então se surpreendeu com os laços que fez
Reconhecendo que nunca esteve sozinho
E que cresceu ao lado de outros que também cresceram
E mudou, ao passo em que se transformavam

E todas as mãos daquele palco fizeram uma trama única,
Cheia de fitas que dançaram a particular dança 
De se encontrar e se tocar e se afastar
E de levar em cada uma a cor das outras