Os meus olhos aflitos espiam
Um suspense instalado e maior
Como que vendo o tempo pra morte
Como que esperando o pior
Sinto então o formar dessa gota
Tão pequena e tão cheia de dor
Vai nascendo, catando a tristeza
Engordando, pesada, incolor
E meus olhos concentram naquilo
Gravidade, chamada estopim
Gota explode e eu pisco os meus olhos
Sinto então o começo do fim
terça-feira, 21 de outubro de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Fotografia
Meu amor
Ruim vê-la aqui, guardada assim
Lembro dos trejeitos, de nãos e de sins
Inútil falar sem ouvir sua voz
E agora te olhando duvido de mim
Do quanto lutei, sem nunca alcançar
Menina, menina
Destino ou azar?
E agora te olhando, me fiz reparar
Os cílios pequenos, dançando no ar
Tão simples beleza
Tanto por dizer...
Ruim vê-la aqui, guardada assim
Lembro dos trejeitos, de nãos e de sins
Inútil falar sem ouvir sua voz
E agora te olhando duvido de mim
Do quanto lutei, sem nunca alcançar
Menina, menina
Destino ou azar?
E agora te olhando, me fiz reparar
Os cílios pequenos, dançando no ar
Tão simples beleza
Tanto por dizer...
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Recomeço
Pois que o tempo tratou de soprar
Bem de leve a tristeza e a dor
E fez tudo tão cheio de empenho
Que hoje sonho e sorrio outro amor
Com as lembranças que tanto chorei
Esse sopro tratou de lidar
E as guardou bem no canto da mente
Escondidas, mas fáceis de achar
E então disse "tome cuidado"
Pois que a mente pode me enganar
"Ser feliz vem dos seus pormenores,
Vez ou outra a dor vai voltar"
Bem de leve a tristeza e a dor
E fez tudo tão cheio de empenho
Que hoje sonho e sorrio outro amor
Com as lembranças que tanto chorei
Esse sopro tratou de lidar
E as guardou bem no canto da mente
Escondidas, mas fáceis de achar
E então disse "tome cuidado"
Pois que a mente pode me enganar
"Ser feliz vem dos seus pormenores,
Vez ou outra a dor vai voltar"
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Mesmice
Sonolenta em meus passos no mundo,
Sigo ainda o mesmo caminho
Não o temo, nem mesmo me agrada
Esse chão, reto e plano e sem graça
Vendo as flores por entre os canteiros
Cá me lembro, tenho companhia
É a velha vizinha de outrora
Que rondava minha casa em silêncio
Agradeço não estar sozinha
Mas Loucura me atrasa bem mais
Me encara em seu mudo discurso
Muita coisa pra pouco percurso
E embora eu o saiba de cor,
Me entristeço ao trilhá-lo de novo
Cada passo caindo preciso
Na pegada chamada desgosto
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Catarse
Senta menina, em silêncio
Descubra a angústia de ser solidão
E junte os pedaços ligeira
Antes mesmo que o tempo lhe roube o perdão
E digo que sinta, profundo e doído
O galope do choro a vir
E então viva a sua catarse
Se ocupando de não ressentir
E não dê ouvidos ao mundo
Que gritar outros velhos clichês
Essa dor vai passar por seu crivo
Senta que a sessão é privê
Descubra a angústia de ser solidão
E junte os pedaços ligeira
Antes mesmo que o tempo lhe roube o perdão
E digo que sinta, profundo e doído
O galope do choro a vir
E então viva a sua catarse
Se ocupando de não ressentir
E não dê ouvidos ao mundo
Que gritar outros velhos clichês
Essa dor vai passar por seu crivo
Senta que a sessão é privê
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Fim
Passou
De tanto gargalhar, estou rouca
O alívio de agora me fez perder a voz
Queira-me bem, meu riso é sincero
Levou a melancolia que escorria no rosto
Levou o fardo da ilusão
E não deve haver felicidade maior que a verdade
Encarar em paz o que sou e o que pude ser para você
De fato, pouco...
Dito isso, vejo agora sua imagem tão longe e tão longe
E como você está apagado, assim sumindo
Queira-me bem, não uso de desdém
Isso é para os desprovidos de memória
Eu apenas sigo
Sofrer deixou de ser opção
De tanto gargalhar, estou rouca
O alívio de agora me fez perder a voz
Queira-me bem, meu riso é sincero
Levou a melancolia que escorria no rosto
Levou o fardo da ilusão
E não deve haver felicidade maior que a verdade
Encarar em paz o que sou e o que pude ser para você
De fato, pouco...
Dito isso, vejo agora sua imagem tão longe e tão longe
E como você está apagado, assim sumindo
Queira-me bem, não uso de desdém
Isso é para os desprovidos de memória
Eu apenas sigo
Sofrer deixou de ser opção
domingo, 18 de maio de 2014
Conformidade
Parar a briga consigo mesma
Mudar o rumo, fim do antepor-se
Já era hora de perceber
Que nessa vida vence o mais sábio
E sapiência só mora ao lado
Do que alcançou conformidade
Moldar-se à vida é um compromisso
De estar bem vivo, sem conformismo
De dar, mesmo sem receber
E sendo assim ainda digo
Que o sofrer é o meu tesouro
Pois que sofri, mais sábia estou
terça-feira, 29 de abril de 2014
Bonito
E ele sabe ser bonito
De um jeito bem peculiar
Bonito calmo, bonito simples
Tão fácil assim de admirar
E quando ri me enche os olhos
Pois que a beleza já não mais cabe
Vindo de dentro, pinta o de fora
Não fosse ontem, seria agora
De um jeito bem peculiar
Bonito calmo, bonito simples
Tão fácil assim de admirar
E quando ri me enche os olhos
Pois que a beleza já não mais cabe
Vindo de dentro, pinta o de fora
Não fosse ontem, seria agora
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Solidão
Doce solidão
Me encontrou e eu buscando você
Longe do barulho cá de dentro
Quero ver, quero agora me ver
Leve solidão
Leve o velho e o sussurro que me ensurdeceu
Recolha antes que seja tarde o que caiu em desuso
Deixe-me apenas um espelho
Quero saber quem sou
Me encontrou e eu buscando você
Longe do barulho cá de dentro
Quero ver, quero agora me ver
Leve solidão
Leve o velho e o sussurro que me ensurdeceu
Recolha antes que seja tarde o que caiu em desuso
Deixe-me apenas um espelho
Quero saber quem sou
segunda-feira, 17 de março de 2014
Bordado
E não deve haver melhor amigo que o tempo
Nem mais justo, fiel e calado
Pois que o tempo abre os olhos sereno
Bem de manso, tecido e bordado
E não hei de encontrar outro amigo
Tão servil para o meu universo
Tempo amigo bondoso e sutil
Me corrige de um jeito discreto
Me apresenta a intensos sorrisos
E recolhe os mais tristes pesares
Não tem pressa, acalma e pondera
Me ajuda a me achar e me espera
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Desencontro
A dor que bate sacode os sonhos e amanheço
Abala o tempo do presente e reconheço
Que o quarto agora tem cheiro forte de tristeza
Vento que bate, sacode as folhas e o meu peito
Embala o tempo do passado e reconheço
Que a sala agora tem cheiro doce de saudade
E eu que fui a que negou tantos abraços
A que desapertou o laço
Agora sofro de te ver feliz
É sempre assim, eu me acostumo à solidão
Posso contar em duas mãos
Esse é só mais um desencontro
Abala o tempo do presente e reconheço
Que o quarto agora tem cheiro forte de tristeza
Vento que bate, sacode as folhas e o meu peito
Embala o tempo do passado e reconheço
Que a sala agora tem cheiro doce de saudade
E eu que fui a que negou tantos abraços
A que desapertou o laço
Agora sofro de te ver feliz
É sempre assim, eu me acostumo à solidão
Posso contar em duas mãos
Esse é só mais um desencontro
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Despedida
Me pergunto onde você se esconde
Me deixando sozinho em mim
Tenho medo que cá bem no fundo
Queira mesmo deixar-te partir
E meus olhos marejam contidos
Uma dor bem maior que parece
Já não sei se a causa de tudo
Foi querer ou deixar que acabasse
E não há solução para o fim
Pois o fim nem o tempo alivia
Se eu pudesse escolher sem sofrer
Dormiria o resto dos dias
Me deixando sozinho em mim
Tenho medo que cá bem no fundo
Queira mesmo deixar-te partir
E meus olhos marejam contidos
Uma dor bem maior que parece
Já não sei se a causa de tudo
Foi querer ou deixar que acabasse
E não há solução para o fim
Pois o fim nem o tempo alivia
Se eu pudesse escolher sem sofrer
Dormiria o resto dos dias
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